Amazônia brasileira

Amazônia brasileira

Biodiversidade e clima da floresta amazônica

 
A floresta Amazônica possui aproximadamente 5,5 milhões de km², sendo que 60% no Brasil, e o restante (40%) na Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, a floresta é chamada de Amazônia Legal e abrange os Estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Acre e Tocantins.



Agência de Desenvolvimento da Amazônia
Mapa da Amazônia Legal


A floresta Amazônica é densa e fechada, o que dificulta a sua penetração e ocupação, higrófita (adaptada a grande umidade), perenifólia (apresenta folhas verdes nas copas durante o ano todo), e latifoliada (folhas grandes e largas). Possui grande biodiversidade (variedade de espécies animais e vegetais).

Há milhões de anos, a área onde está localizada era um mar e, por isso, ela apresenta solos geologicamente pouco férteis e arenosos. A floresta derruba seus galhos, frutos, folhas, animais morrem, etc. formando uma camada superficial de matéria orgânica que se decompõe e transforma-se em húmus que, por sua vez, alimenta a vegetação.

Ciclo de carbono

Ela se auto sustenta, pois se mantém produzindo o seu próprio alimento e criando um ciclo de carbono relativamente fechado. Por isso quando é queimada ou desmatada e se desenvolve a agricultura durante alguns anos, em grandes áreas, a dinâmica da floresta é interrompida e os nutrientes depositados são consumidos. É necessário muito tempo para ela se recuperar ou, pior, a floresta pode entrar em um processo de degradação com processos erosivos intensos.

O ciclo de oxigênio também é algo polêmico por que alguns autores chamam a Amazônia de pulmão do mundo, querendo dizer que ela produz muito oxigênio para o planeta todo, o que não é verdade: apesar de produzir muito oxigênio, pelo processo da fotossíntese, este é consumido à noite e pela decomposição da matéria orgânica.

A Amazônia é muito importante para o ambiente do planeta pois ela fixa o carbono da atmosfera, através do crescimento das plantas e da fotossíntese, reduzindo, assim, o efeito estufa. Ela reduz a variação da temperatura junto ao Equador, atuando como um aparelho de ar condicionado, caso a floresta não existisse a grande variação diária de temperatura poderia provocar deslocamentos intensos de vento o que mudaria o clima terrestre.

Diversidade e complexidade

Também não podemos esquecer que ela abriga um grande número de povos indígenas, sem falar em sua riqueza de matéria prima variada (remédio, minerais, alimentos, etc). Em uma análise por satélite da Amazônia, foram identificados 104 sistemas de paisagens, o que revela uma alta diversidade e complexidade de ecossistemas.

A árvores da Amazônia variam entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare. Das 250.000 espécies de plantas superiores da terra, 170.000 (68%) vivem exclusivamente nos trópicos, sendo 90.000 na América do Sul.

Podemos dividir a floresta Amazônica em três grandes grupos:

1) Florestas de Igapó: ocorrem em solos que permanecem alagados durante cerca de seis meses, em áreas próximas aos rios. As árvores podem atingir até 40 metros de altura e raramente perdem as folhas - geralmente largas para captar a maior quantidade possível de luz solar. Nas águas aparecem as folhas da vitória-régia - que chegam a ter 4 metros de diâmetro. Ocorrem associadas aos rios de água branca.

2) Florestas de Várzea: as árvores são de grande porte (até 40 metros de altura) e apresentam características semelhantes ao igapó - embora a várzea apresente maior número de espécies. Ocorrem associadas aos rios de água preta.

3) Florestas de Terra Firme: apresentam grande porte, variando entre 30 e 60 metros; o dossel é contínuo e bastante fechado, tornando o interior da mata bastante úmido e escuro. Esta formação está presente nas terras altas da Amazônia e mescla-se com outros tipos de associações locais, como os campos e os cerrados amazônicos.

Maior bacia hidrográfica do mundo

A bacia Amazônica, ou bacia do Rio Amazonas, está situada em vários países da América do Sul. É a mais extensa, de maior densidade de água do mundo e possui o maior potencial de geração de energia hidrelétrica do Brasil. Esse potencial, decorrente dos afluentes do rio Amazonas que correm por trechos mais acidentados, é pouco utilizado devido à pequena demanda regional e à grande distância dos principais centros de consumo, situados no centro-sul do país.

Bacia Amazônica

O rio Amazonas é muito plano. O desnível entre o ponto em que suas águas entram no Brasil até a foz é de apenas 100 metros. Sendo um rio largo e de grande quantidade de água, é possível a navegação por navios de grande porte. Os trechos de seus afluentes próximos também são navegáveis.

Através do rio Madeira, afluente do rio Amazonas, tem sido escoada a produção de soja do norte do Mato Grosso, tornando o custo final do produto mais competitivo, devido ao preço mais baixo do transporte hidroviário.

A navegação faz parte do cotidiano e é essencial ao modo de vida da população ribeirinha e dos povos indígenas, que têm os recursos da mata e dos rios como fonte de sobrevivência.


Bacia Platina

Uma das maiores bacias hidrográficas do mundo

A Bacia Platina está entre as maiores do mundo, com cerca de 3,1 milhões de quilômetros quadrados de superfície, quase metade em território brasileiro (1,4 milhão de quilômetros quadrados). Está situada na região mais habitada e de maior desenvolvimento econômico. Produz a maior parte da energia consumida no Brasil e tende a transformar-se em importante meio de comunicação e de transporte entre os outros países do Mercosul, que dividem as suas águas.

As nascentes dos principais rios pertencem ao Brasil. Aqui, três bacias compõem a Bacia Platina: Paraguai, Uruguai e Paraná. Os nomes das bacias correspondem aos três principais rios que a formam. Clique no mapa abaixo para ver os principais rios da Bacia Platina:

Bacia Platina

A Bacia do Paraguai corre pelas terras planas no Pantanal. É navegável e tem como destaque o porto de Corumbá, no Mato Grosso do Sul que, combinado a outros meios de transporte, leva ferro e manganês explorado no Maciço de Urucum e é porta de entrada de outros produtos dos demais países da bacia platina. No entanto, o principal porto é o de Assunção, situado no Paraguai.

A Bacia do Uruguai tem importância para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Corre por áreas elevadas, mas é navegável no trecho entre as cidades de São Borja, no Brasil, e Salto, no Uruguai.

Em Salto funciona a hidrelétrica uruguaio-argentina de Salto Grande.

Várias cidades brasileiras dessa bacia estão situadas em fronteiras internacionais demarcadas pelo Rio Uruguai, como São Borja, Uruguaiana e Itaqui, que mantêm intensas relações com cidades do outro lado da margem, na Argentina.

A Bacia do Paraná é a maior das três. Situa-se em áreas do sudeste e sul do Brasil e foi intensamente transformada para a construção de hidrelétricas e para a navegação. Destacam-se, além do rio Paraná, os vários afluentes pela geração de energia e pelo recente desenvolvimento das hidrovias. Isto se deve à extensão e aos desníveis naturais dos rios e à localização da bacia, próxima aos grandes centros industriais, comerciais e populacionais do país. A segunda maior usina do mundo, Itaipu, encontra-se nessa bacia.

Entre os seus rios encontra-se o Rio Tietê, o maior símbolo de poluição das águas no Brasil, que atravessa quase todo o estado de São Paulo e a sua capital. O rio é atacado diariamente por descargas de esgotos, resíduos industriais, agrotóxicos e todo o lixo produzido pelas atividades econômicas e humanas próximas ao seu leito e a seus afluentes.

A hidrovia Tietê-Paraná está entre os grandes projetos da Bacia do Paraná. A partir de Conchas, situada cerca de 100 km da cidade de São Paulo (rio Tietê), o percurso navegável é de 2.400 km até a barragem de Itaipu, no Estado do Paraná, na fronteira com o Paraguai. A ligação deste sistema com as via navegável do rio Paraguai forma a hidrovia do Mercosul, com cerca de 8 mil km de extensão, incluindo os trechos da Argentina e Paraguai

Bacia do São Francisco

clique na região para conhecer os rios que compõem a Bacia do São Francisco.

A bacia do São Francisco tem presença marcante na história do território brasileiro. Foi através do São Francisco que ocorreu a ocupação das terras mais distantes do litoral. O "Velho Chico" corre por paisagens muito diferentes. Em sua nascente e foz o rio recebe muita água das chuvas, mas, na maior parte do seu curso, flui por áreas secas do sertão nordestino e mineiro. Daí a sua importância para a população sertaneja que vive perto da sua margem.
Além da pesca, bastante comprometida com a construção de barragens para a produção de energia, as margens do São Francisco garantem à população sertaneja a prática da agricultura de subsistência. É a agricultura de vazante (época que o rio tem menos água). As margens são invadidas pelo rio na época da cheia e nela é depositado o húmus que mantém os solos férteis. Quando chega a estiagem (período mais seco) é feito o cultivo e a colheita é programada antes da nova cheia. Esse ciclo se repete a cada ano.
O médio curso, bastante plano, sempre permitiu uma navegação natural do porto de Pirapora em Minas Gerais até Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco). Esse trecho era percorrido por uma tradicional embarcação, a Barca do São Francisco.
No alto curso, opera a usina de Três Marias, que além de produzir energia controla a vazão das águas que correm em direção ao sertão. Na época de seca, libera-se maior quantidade de água, ou ela é retida na estação inversa para impedir o alagamento das margens.
No baixo curso, várias usinas foram construídas e atendem a vários estados nordestinos: Paulo Afonso (formado por um complexo de quatro usinas), Xingó e Itaparica. Essas usinas transformaram a bacia do São Francisco na segunda em produção de energia, abaixo apenas da bacia do Paraná.
O alto e baixo curso são os mais favoráveis à obtenção de energia, pois são os trechos de maior declividade. No entanto, na década de 1970, um grande empreendimento surpreendeu pela inviabilidade técnica: a usina de Sobradinho, situada no Estado da Bahia no último trecho plano do rio. Pelas condições naturais em que foi construída, causou um forte impacto ao meio ambiente e graves problemas sociais.
Formou-se em Sobradinho a maior represa artificial brsileira. As suas águas cobriram alguns  povoados e provocaram o deslocamento de milhares de pessoas que dependiam do rio para viver.
Contudo, aApós a conclusão da represa, milhares de agricultores vindos de partes diferentes do país começam a ocupar a região onde foi desenvolvido um vasto projeto de irrigação das terras sertanejas que a circundam. Transformou-se numa das mais promissoras áreas da fruticultura brasileira, onde se cultivam melões, abacaxis, mangas, uvas e outras frutas. Hoje, parte dessa produção é exportada.
Em 2005, teve início o polêmico projeto de transposição das águas do São Francisco, que pretende transportar a água do rio para alimentar açudes, rios temporários, irrigação, além de abastecimento urbano. Esse projeto atenderá, caso concluído, os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, numa rede de canais que formarão o Eixo Norte, e os Estados de Pernambuco e Paraíba, através dos canais que formarão o Eixo Leste.